Castelo de Palmela
Como estrutura de carácter militar, o castelo exerceu o seu papel de posto de vigia, de comunicação, de base de apoio em situações de guerra, de controlo do espaço que medeava entre Lisboa e o Sul, entre os rios Tejo e Sado.
No período islâmico e na fase da ofensiva cristã nos sécs. XII e XIII, esta posição geoestratégica conciliava-se com outros sítios fortificados - Coina, Sesimbra e orla do Sado. Na zona envolvente - com boas condições para pastoreio e com grande área de solo agrícola - algumas comunidades rurais instalaram-se em período islâmico, como é o caso do povoado do Alto da Queimada (Serra do Louro).
No interior da muralha, as ruínas da Igreja de Santa Maria do Castelo, recebem o visitante: primeira paroquial de Palmela, provavelmente do século XII (fundada por D. Afonso Henriques?), alvo de intervenções principalmente dos séculos XVI-XVII e muito danificada pelo terramoto de 1755.
As muralhas, a Torre de Menagem pentagonal - construção do séc. XIV, onde esteve encarcerado na cisterna sem água o bispo de Évora, D. Garcia de Meneses, por conspiração contra D. João II; aí morreu o bispo, de peçonha, em 1484 -, a praça de armas e os aquartelamentos são espaços a visitar.
Tal como se apresenta, o Castelo resulta de várias campanhas de obras - reparações, reconstruções, ampliações - até ao século XVIII. Os trabalhos arqueológicos têm vindo a identificar alguns troços de muralha da época islâmica e reconhecem-se outras fases construtivas que deverão datar do período pós reconquista e, posteriormente, do reinado de D. João I. O sistema abaluartado que envolve a 1ª linha de fortificação foi mandado construir por D. Pedro II.
Na Casa do Prior-Mor da Ordem ou do comandante militar da fortaleza - após a extinção das ordens (em 1834) -, nasceu a 4 de Fevereiro de 1841, o explorador de terras de África, Hermenegildo Carlos de Brito Capelo, filho do governador da fortaleza.
O Castelo de Palmela foi classificado como Monumento Nacional por Decreto - Lei de 16 de Junho de 1910.